Histórico e Evolução dos Esteroides Anabólico-Androgênicos
Raízes Antigas e Teorias Primitivas
No contexto do histórico dos Esteroides Anabólico-Androgênicos (EAA), encontramos raízes antigas que remontam a observações sobre animais castrados e seu comportamento. Ao longo de milênios, observações indicaram que animais castrados eram mais dóceis e facilmente domesticáveis em comparação com seus pares intactos. Essa observação incitou a curiosidade e o questionamento sobre as relações entre hormônios sexuais e comportamento.
Evolução e Desenvolvimento dos EAA
Com o passar do tempo, os entendimentos primitivos foram evoluindo, culminando no surgimento da teoria dos humores. Essa teoria, que formava a base da endocrinologia primitiva, tentava explicar doenças e estados de saúde a partir do equilíbrio ou desequilíbrio dos quatro humores corporais. Além disso, crenças antigas associavam propriedades curativas aos órgãos reprodutivos de animais fortes, inspirando a utilização de extratos desses órgãos em atletas em busca de vantagens competitivas.
Medicina e Indústria Farmacêutica
Com o advento da medicina moderna e a ascensão da indústria farmacêutica a partir dos anos 1930, os EAA ganharam destaque como substâncias de interesse terapêutico e atlético. Essa busca levou à exploração de EAA mais anabólicos e com menor perfil androgênico, visando maximizar seus efeitos positivos e minimizar efeitos adversos.
Personalização de Tratamentos
Com o avanço do conhecimento, tornou-se evidente que diferentes indivíduos tinham necessidades específicas em relação aos EAA. Essa percepção deu origem à prática de prescrever EAA com características específicas para atender a objetivos particulares em diferentes populações. Essa personalização permitiu uma abordagem mais precisa e segura no uso de EAA para otimizar resultados.
Ciclos e Estudos Clínicos
A noção de “ciclo” surgiu como um conceito fundamental na administração de EAA. Isso envolve períodos bem definidos com início, meio e fim, frequentemente baseados em estudos clínicos. Ciclos podem variar de 4 a 16 semanas, adaptando-se às características individuais e aos objetivos pretendidos.
Regulamentação Esportiva
Em paralelo ao desenvolvimento médico e farmacêutico, a utilização não terapêutica de EAA foi proibida por entidades esportivas. Essa regulamentação reflete a preocupação com o uso não ético de substâncias para obter vantagens injustas em competições esportivas, estabelecendo limites para o uso de EAA no contexto atlético.
Parada de Uso e Uso Contínuo
No mundo dos Esteroides Anabólico-Androgênicos (EAA), é importante considerar as práticas de parada de uso e o uso contínuo dessas substâncias.
Benefícios das Paradas
As pausas de uso têm benefícios significativos. Elas permitem que o corpo se recupere e restaure seus parâmetros de saúde. Além disso, reduzem a sobrecarga dos órgãos, como o fígado e os rins, que podem ser afetados pelo uso contínuo de EAA. As paradas também auxiliam na prevenção do desenvolvimento de tolerância às substâncias, mantendo a eficácia ao longo do tempo.
Riscos do Uso Contínuo
O uso contínuo de EAA, mesmo com doses reduzidas, aumenta os riscos à saúde. A supressão prolongada da produção endógena de testosterona, entre outros efeitos, pode levar a disfunções hormonais e desequilíbrios no organismo. Por isso, é crucial pesar os benefícios potenciais do uso contínuo contra os riscos significativos que ele acarreta.
Experiência e Combinação de Drogas
Estratégias de Usuários Experientes
Usuários experientes muitas vezes empregam estratégias mais complexas para otimizar seus resultados e minimizar efeitos adversos.
“Stacking” e o Fisiculturismo.
A prática de “stacking”, ou seja, a combinação de diferentes drogas, era uma abordagem comum no fisiculturismo clássico. Embora nunca tenha sido obrigatória, ainda é amplamente adotada por aqueles que buscam maximizar os resultados. A combinação cuidadosa (empirismo) de substâncias objetiva quebrar a homeostase dos ganhos, promovendo resultados mais expressivos.
Uso Periódico e Alcance de Objetivos
O uso periódico de um único EAA, na maioria dos casos, parece ser suficiente para alcançar os objetivos de ganho de força e massa muscular. A escolha do EAA a ser utilizado e sua duração dependem dos objetivos individuais e das necessidades específicas. A verificação periódica da conduta é uma estratégia tida como racional para otimizar os resultados ao longo do tempo, pensada pelos que utilizam.
Estratégias de Ciclos para Hipertrofia e Definição
Quando se trata de otimizar os resultados com esteroides anabólico-androgênicos (EAA), é crucial entender as estratégias de ciclos que até então foram utilizadas para alcançar objetivos específicos, como hipertrofia muscular e definição corporal, potencialmente se arriscando menos.
Bulking (Hipertrofia)
No contexto do hipertrofia, conhecido como bulking, o foco está em maximizar o ganho de massa muscular, mesmo que isso resulte em algum aumento de volume de gordura corporal. Durante essa fase, a dieta é hipercalórica, fornecendo os nutrientes necessários para o crescimento muscular, embora possa haver um ganho associado de peso (gordura). As atividades aeróbias podem ser reduzidas, permitindo que a energia seja direcionada predominantemente para a construção muscular.
Ao escolher EAA para um ciclo de bulking, pensa-se ser importante selecionar substâncias que promovam ganhos significativos de massa muscular, mesmo que haja retenção de líquidos. Ciclos de EAA para bulking observados em usuários podem variar em termos de doses e tipos, levando em consideração a experiência do usuário e os resultados desejados.
Cutting (Definição Corporal)
Na fase de definição corporal, também conhecida como cutting, o objetivo é manter ou até mesmo aumentar a massa muscular enquanto se reduz o percentual de gordura corporal. A dieta é hipocalórica, visando um déficit calórico para incentivar a queima de gordura. Além disso, atividades aeróbias são aumentadas para aumentar o gasto calórico.
Para alcançar esse objetivo, a escolha de EAA feita pelos usuários é direcionada para drogas que minimizem a retenção de líquidos e não elevem os níveis de estrogênio. A ideia é preservar a massa muscular enquanto se elimina a gordura corporal indesejada. Assim como no bulking, pensa-se que os ciclos de EAA para cutting devem ser adaptados às necessidades individuais e objetivos específicos.
TPC – Terapia Pós-Ciclo
Após o uso de esteroides anabólico-androgênicos (EAA), a terapia pós-ciclo (TPC) desempenha um papel crucial na restauração dos parâmetros fisiológicos do corpo e na prevenção de efeitos adversos. A TPC busca acelerar a recuperação do funcionamento normal do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas, que é afetado pelo uso de EAA.
Introdução
A terapia pós-ciclo é uma prática adotada por atletas e fisiculturistas após um ciclo de EAA com o objetivo de auxiliar na restauração da produção endógena de testosterona e evitar o “crash” pós-ciclo. Durante um ciclo de EAA, a produção natural de testosterona é suprimida devido à presença de testosterona exógena. A TPC busca restaurar essa produção endógena, minimizando os sintomas associados ao término do ciclo.
Objetivos da TPC
A principal meta da TPC é restabelecer a produção de testosterona endógena aos níveis normais, evitando os sintomas do “crash” pós-ciclo (estado de hipogonadismo). Além disso, a TPC visa reduzir a atrofia testicular e minimizar outros efeitos colaterais associados ao uso de EAA, como depressão, queda de energia e diminuição da libido.
Medicamentos e Substâncias Comuns na TPC
HCG (Gonadotrofina Coriônica Humana): Este medicamento estimula os testículos a produzirem mais testosterona e reduz a atrofia testicular. Sua ação auxilia na recuperação do funcionamento normal do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas.
Citrato de Clomifeno: estimula a liberação de gonadotrofinas, como LH e FSH, promovendo a produção endógena de testosterona. É eficaz na recuperação do eixo HHG.
Tamoxifeno: Este medicamento atua como um antiestrogênico e também estimula a liberação de LH e FSH, contribuindo para a recuperação do eixo HHG. Ajuda a evitar efeitos colaterais (ginecomastia) decorrente do aumento dos níveis de estrogênio.
Anastrozol: O anastrozol é um inibidor da aromatase, uma enzima que converte testosterona em estrogênio. Sua função é prevenir a elevação dos níveis de estrogênio, que pode ocorrer durante o ciclo e na TPC.
Monitorização e Recuperação Efetiva
Tempo de Recuperação Assistida: O tempo necessário para a recuperação do eixo HHG pode variar dependendo da duração e quantidade de EAA utilizados no ciclo anterior, idade e níveis pré-ciclo de testosterona. Geralmente, a recuperação é mais rápida em indivíduos mais jovens, com maiores níveis pré-ciclo de testosterona e quando os ciclos de EAA foram mais curtos e com doses menores.
Exames Laboratoriais e Acompanhamento: A eficácia da recuperação do eixo HHG é monitorada por meio de exames laboratoriais que avaliam os níveis hormonais, incluindo LH, FSH, testosterona total e livre, SHBG, estradiol e prolactina. A TPC deve ser iniciada aproximadamente de 1 a 4 semanas após o término do ciclo de EAA, dependendo da droga utilizada. O acompanhamento médico é recomendado para garantir uma recuperação segura e eficaz.
Conclusão:
Navegando pelas raízes históricas até as estratégias empíricas de uso de esteroides anabólico-androgênicos (EAA), fica evidente a complexidade por trás dessas substâncias. O conhecimento evoluiu desde as observações antigas até os estudos clínicos e estratégias personalizadas de uso. Seja para bulking, cutting ou outras metas específicas, a escolha dos EAA e o entendimento de seus efeitos parecem ser fundamentais. Para aprofundar ainda mais seu conhecimento sobre o assunto, confira o ebook “Esteroides Anabólico-Androgênicos: Conceitos Fundamentais” do Dr. Lucas Caseri, uma fonte valiosa de informações detalhadas e embasadas. Descubra as nuances por trás do uso responsável e eficaz de EAA, promovendo resultados enquanto prioriza a saúde e a segurança. Acesse o ebook para uma abordagem completa sobre a ciência por trás dos esteroides e obtenha insights essenciais para entender sobre o maximizar de resultados de forma menos arriscada.