Nas décadas de 70 e 80, o Decanoato de Nandrolona (DN) foi estudado no tratamento de osteoporose, verificando o aumento de massa óssea em diversos sítios (fêmur, coluna vertebral, antebraço), melhora funcional e redução da dor, bem como a redução absoluta do número de fraturas.
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Os mecanismos de ação que podem explicar os efeitos positivos são:
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1) o aumento da formação de tecido ósseo (via incremento da atividade osteoblástica);
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2) redução da reabsorção do tecido ósseo (via redução da atividade osteoclástica); e,
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3) aumento de força e massa muscular, permitindo maior tração, impacto ósseo e o consequente estímulo osteoblástico, devido ao potencial aumento da aptidão física e da capacidade de realização de exercícios.
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No entanto, apesar do racional fisiopatológico de uso do DN, e também da prévia documentação de efeitos positivos, este uso não é consenso e fica de fora das opções farmacológicas sugeridas por diretrizes de sociedades médicas.
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Atualmente, são apenas utilizados:
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1) agentes anabólicos (PTH / Teriparatide),
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2) Anti-reabsortivos (Alendronato, Rezidronato, Ibandronato, Ac Zoledrônico, Denosumabe),
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3) Estrógeno (TRH),
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4) SERM (Raloxifeno),
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Mas, as acima, podem ter efeitos colaterais, e algumas são somente permitidas por tempo determinado.
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Surge então espaço para potencial uso do DN, que deveria ser reavaliado, nas perguntas abaixo:
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– O que fazer após o tempo de uso máximo do tratamento? ⠀
– Quais opções temos para não ter um tratamento para a vida toda?
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– O que fazer quando houver contra indicação de uma terapêutica? ⠀
Dr Lucas Caseri
CRM-SP 117441
Med Esportiva RQE82784
Fisiatria RQE82785
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Refs.
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– Riggs BL, et al. J Clin Invest 51:1659-1662.
– Need AG, et al. Arch Intern Med 14957-60.
– Hassager C, et al. Maturitas 11: 305-3 17.
– Komm BS, et al. Expert Rev Clin Pharmacol. 2015;8(6):769-84.
– Brazilian guidelines for the diagnosis and treatment of postmenopausal osteoporosis. Rev bras reumatol. 2017;57(S2):S452–S466.